Sem título
Na carne quente do pombo desfigurado,
Sacia-se o gato
Com pequenas mordiscadas. Lambe,
Suja-se. Levanta os olhos amarelos,
Fendas negras como a pelagem.
Pára; observa.
Percebe que há mais olhos apreciando aquela carne.
Amedrontado e tímido,cerra os olhos e remexe o focinho no sangue.
Volta a abri-los.
O despenado, pelo gato não foi morto,
Por rodas fora caçado.
Não se sabe como.
Um pombo atropelado!?
Talvez fosse atrofiado,
Quiçá atrapalhado...