quinta-feira, maio 01, 2008

Sem título




Na carne quente do pombo desfigurado,

Sacia-se o gato

Com pequenas mordiscadas. Lambe,

Suja-se. Levanta os olhos amarelos,

Fendas negras como a pelagem.

Pára; observa.

Percebe que há mais olhos apreciando aquela carne.

Amedrontado e tímido,cerra os olhos e remexe o focinho no sangue.

Volta a abri-los.

O despenado, pelo gato não foi morto,

Por rodas fora caçado.

Não se sabe como.

Um pombo atropelado!?

Talvez fosse atrofiado,

Quiçá atrapalhado...

Não havia moscas rondando a carne ainda quente, não se via cabeça dele, estava completamente destruída.